domingo, maio 06, 2012

Amante Meu - J.R.Ward


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"Nas sombras da noite de Caldwell, Nova York, desenvolve-se uma furiosa guerra entre os vampiros e os seus assassinos. Há uma Irmandade secreta, sem igual, formada por seis guerreiros vampiros, defensores de sua raça. Enquanto eles defendem a raça dos redutores, a lealdade de um vampiro especial será posta a prova - e sua perigosa natureza será revelada... John Matthew já percorreu um longo caminho desde que foi encontrado vivendo entre os humanos, mas de natureza vampira desconhecida. Recolhido pela Irmandade, ninguém poderia adivinhar qual é sua verdadeira história ou sua real identidade. A bela Xhex lutou contra a atração que sentia por John, mas o destino provou aos dois que o amor é inevitável."
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Ora muito bem! Não é que faz um tempão que eu não venho por aqui?

Bom, não vou entrar em detalhes, mas a minha vida literalmente virou de pernas para o ar do final do ano passado para cá e deu uma leve piorada nos últimos meses, então tive que escolher quais eram as prioridades.
Problemas a parte, eu li muitos livros desde a última vez que eu fiz uma resenha por aqui, o que quer dizer que estou com várias outras resenhas pendentes para postar. Acho que dá para esperar várias atualizações por aqui. Ou sei lá.

Ah, bem. Vamos lá, John Matthew.

Eu cheguei ao oitavo volume da Irmandade da Adaga Negra já me perguntando como eu ia aguentar. Não é segredo para ninguém que eu não suporto o tal do John. Ele é um bebê chorão sem graça que passa bem longe do vampiro que foi em outra vida, Darius.
Ele é um pé no saco e pronto.
Mas daí eu comecei a ler o livro do John e adivinhem?
Ele é um pé no saco mesmo.

Em Amante Meu, o foco principal está em John Mattew. Quem segue a série sabe bem de todos os sofrimentos e blá, blá, blá da vida desse insuportável. Vimos ele ser resgatado do mundo dos humanos, o vimos se apaixonar pela Xhex ainda antes de passar pela transição, vimos ele descobrir um pouco de como é ter uma família e vimos ele perder tudo também. Nos sabemos desde o começo que ele é a reencarnação do Irmão Darius, mesmo que ele mesmo e os outros Irmãos não saibam. E sabemos, principalmente, que ele sofreu um estrupo e por causa disso não consegue ter relações sexuais. A não ser com Xhex.

Esse vampiro passou por coisas o suficiente para surtar de vez e se tornar um Zsadist da vida. Mas é claro que eu não daria tanta sorte. John se tornou apenas... o John.

E minha nossa! Esse foi o mais difícil dos livros da Irmandade. Não apenas por que eu tive que aturar o John... Francamente! Eu li Amante Revelado e lidei com a Marissa! Nada pode ser pior que isso! 

Foi o mais difícil por que Amante Meu parece um trambolhão de introdução. Sei lá. Tem coisas em aberto demais para ser muito conclusivo. E eu, pessoalmente, me interessei muito mais pelas histórias paralelas do que pela história principal.
E você há de convir: se a história principal não te interessa tem mesmo alguma coisa errada.

Uma coisa notável em todo o volume é o melhor desenvolvimento da história. Acho que a autora tem mais liberdade e páginas para contar sua história como quer contar e isso se reflete no livro de forma muito clara. A leitura flui bem, apesar do personagem principal ser horroroso.

Aliás, depois do sequestro de Xhex, John consegue ficar ainda mais insuportável do que já era! Fiquei muito tentada em pular as partes dedicadas a ele e seguir em frente um pouco mais feliz. Mas logo percebi que se eu fizesse realmente isso perderia uma parte muito interessante da história, para não dizer importantíssima, que caberia a Xhex. E aí não dava.

E a Xhex. Nossa, ela merecia todo um capitulo de opiniões a parte. Ela é, de longe, a mais forte das shellans. Não por ser metade simpato. Nem mesmo por ser mesmo uma assassina treinada e uma combatente sem igual em batalhas. Mas por ter tanta fibra, tanta força de vontade e tanto caráter que acabam impressionando muito mais do que suas habilidades como guerreira.

Ela sim passa por torturas físicas e psicológicas suficientes para se enlouquecer. E ela fica choramingando? Se enchendo com bebidas ou sendo malcriada e antissocial? Não, claro que não. Ela luta. Ela sempre vai lutar. Não faz parte da natureza dela desistir sem luta. Ela luta até contra seus próprios sentimentos, poxa vida!

E foi Xhex quem não me deixou abandonar o livro.

Apesar de passarmos por todo aquele momento super chato e clichê em que a Xhex não faz outra coisa a não ser negar o que sente pelo John e jurar que realmente acredita que ele ficará melhor sem ela, não vi nenhum motivo muito valoroso da parte dela para ficar de tanta lenga-lenga do tipo "ai, não me toque, eu vou te destruir. Não podemos ficar juntos!" Sério mesmo. Cansei demais quando era os dois juntos.

Que saudade do tempo da química entre casais! Tipo Wrath e Beth, Rhage e Mary e Zsadist e Bella! Falando sério.

Mas, a muito das histórias paralelas para que você se entedie! A gente descobre mais sobre a vida de Darius e de Thor!
Eu sempre gostei muito do Thor. E já é bem legal que ele venha reagindo a depressão em que ele se enfiou desde a morte da Wellsie e do filho.

Tem uma historinha paralela de uns caçadores de fantasmas que eu sempre me perguntava "WTFG???" quando o capitulo começava e que só fui entender bem no final do volume. Pensava que a Ward tava surtando no aleatório, mas parece que quem estava enganada era eu! Nada com a Ward é por acaso afinal.

E tem mais um pouquinho de Vishous para quem curte. Eu gostei bastante do rumo das coisas e odiei ainda mais a mamãezinha mimada dele. Sério que ela quer ser idolatrada por ser tão vaca?

E a boa fase sem Redutores Chefes mega chatos continua! Apesar de o Lash ser um grande pé no saco, ele é mais coerente e justificável do que os outros "chefes" da sociedade redutora. E ele está passando maus bocados com o papaizinho dele! O que pelo menos torna as coisas divertidas para quem não aguenta mais ele maltratando a Xhex.

E agora a parte mais divertida!

Qhuinn e Blay!

Eu simplesmente A-D-O-R-E-I ver o Qhuinn sofrendo por causa do caso do Blay com o Saxton!
XD
Foi muito legal ver o lado sentimental do idiota que pensa diferente do que o coração sente. Claramente, Qhuinn vai mudar um bocado antes de ele conseguir se resolver com o pobre Blay. Mas eu torço muito, muito pelo casal e espero ansiosa o livro deles, que a J.R. Ward já confirmou!
^^
E espero que ela consiga dar conta das cenas quentes entre os dois... *-*
E Layla, sai pra lá!
Ainda não é a sua vez.
Humpf!!!


Vou dar 4 estrelas. Por que eu não gosto mesmo do John, mesmo depois de tudo.

________Citação

"- Diga a palavra Qhuinn. Faça isso e eu passarei a noite com você.

- Melhor ainda - Blay falou arrastando as palavras. - Por que você
simplesmente não me beija..."
(Amante  Meu - p.288)

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Aaaaaah!!
Qhuinn e Blay! s2

Ja ne!

domingo, fevereiro 05, 2012

Amante Vingado - J.R.Ward


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"Nas sombras da noite de Caldwell, Nova York, desenvolve-se uma furiosa guerra entre os vampiros e os seus assassinos. Há uma Irmandade secreta, sem igual, formada por seis guerreiros vampiros, defensores de sua raça. Enquanto eles defendem a raça dos redutores, a lealdade de um vampiro especial será posta a prova - e sua perigosa natureza será revelada... Rehvenge sempre manteve distância da Irmandade, pois guarda um letal segredo que poderia fazer dele uma arma na guerra contra os redutores. E enquanto as conspirações dentro e fora da Irmandade ameaçam revelar a verdade sobre o ele, Rehv se aproximará da única luz que clareia seu mundo de escuridão e jogos de poder, Ehlena, uma vampira que nunca conheceu a corrupção e traição... é a única que pode salvá-lo da destruição eterna."
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Ah, bem. Senhor Rehvenge. 

Eu acho que eu estou ficando uma velha chata. Demorei um tempo extraordinário para terminar o livro do Rehvenge. Sério, mais tempo do que levei com os tenebrosos Amante Revelado, Amante Liberto e Amante Consagrado.
Tá, tô exagerando chamando-os de tenebrosos. Mas, foda-se. 

E não foi culpa do Rehv a demora.

O caso com o Rehv, então. Seu livro foi simplesmente intenso.

Para começo de conversa, eu achei muito, muito estranho, um negocinho sobre a anatomia do senhor Reverendo que nos é dito ainda  em Amante Consagrado. Eu fiquei tipo "WTFG!" e não me acostumei.
Continuo batendo na tecla de que a J.R.Ward podia maneirar um pouco com as perversões e coisa e tal -mas- vou ignorar e fingir que ela só está questionando as relações pessoais e coisa e tal.

Esse detalhe super estranho a parte (se você não sabe o que é, me pergunto por que você está lendo esta resenha, vá terminar de ler o livro do Phury), o Rehv é tão FOFO!
*O*

Eu gostei do título do livro dele, muito haver com a história que o Rehv tem para nos mostrar. Apesar de Rehvenge acreditar honestamente que ele só pode ser mal, que ele está imerso em sujeira e que um sujeito como ele não merece a felicidade e uma fêmea de valor, ele é simplesmente fofo! Rehvenge é mesmo muito violento, não tem como negar isso. Ele controla todo o mundo a sua volta com punhos de aço e não tem segundas chances com ele.

Mas vou admitir sem preâmbulos: Eu cai de amores pelo Rehvenge! Não rolou uma química entre nos dois como foi o caso com o Z., nem fui pega tão desprevenida com a intensidade marcante de um macho como foi com o Wrath. Também não foi tão romanticamente erótico como foi o Rhage. Mas foi bom.
Talvez o problema tenha sido realmente o lance da anatomia e coisa e tal...

Mas foi algo como o que aconteceu comigo e Zsadist. E não. Eu não amo o Rehvenge o mesmo tanto que eu amo o Z. Aquele vampirão sociopata com uma cicatriz horrorosa é o dono do meu coração. Mas Rehvenge acredita realmente que ele não tem nenhum valor. Assim como Z. acreditava antes dele. Isso é muito triste.
Apesar de ser um chefão das drogas, cafetão e ele mesmo sendo obrigado a se prostituir, as ações de Rehv, totalmente erradas, costumam ter uma intenção honrada por trás delas. Cada crime que ele comete, costuma ter um propósito "bom". Não que isso o justifique. Mas Rehv governa com suas próprias leis. Esse é o mundo dele.

Eu fiquei muito tocada com ele. Rehv tem toda uma potência avassaladora que mantem inclusive as pessoas a certa distância, mas ao mesmo tempo, algo aquele ar de quem foi abandonado aos seus próprios erros. Como cães de rua que as vezes são ameaçadores, mas por que essa é a forma que eles aprenderam a usar para sobreviver. Parece até pecado comparar o Rehv com um cachorro. Acho que seria mais justo compará-lo a leões que são criados em circos e são maltratados durante anos. Para eles, a única forma de lidar com o medo é atacar. Simples assim.

Tipo, mandar matar e torturar um cara que bateu em uma das suas prostitutas até matá-la...
Ou comandar o assassinato de um regicida para ajudar a Irmandade...
Ou matar o próprio padastro por sempre espancar a mãe e torturar a irmã.

Pequenas coisas como essas. Ou até mesmo se prostituir para proteger a si mesmo e a Xhex de serem descobertos e mortos.
Ou na suavidade com que trata Ehlena com as mesmas mãos que ele usa para matar esmagando.

E Ehlena! Essa sim é uma fêmea de valor! Ela é corajosa, honesta, trabalhadora. A vida dela é cuidar do pai doente e sua vida já sofreu tantas reviravoltas ruins, que ela não tem mais nenhuma ilusão para com a vida. Ela é forte e sensível, apesar de ser muito solitária. Ela, como todos os outros, também tem certo medo de Rehv. Mas ela é a única que encara isso de frente. E sua recompensa é ser olhada com todo o amor por belíssimos olhos cor de ametista...
Ai, ai.
Beeeeeeem legal!

E a Ward não está tratando seus personagens como ilhas! Temos mais um pouquinho da vida dos nossos bons irmãos e suas shellans nesse volume. Não todos, mas alguns. (Por favor continue ignorando a Marissa!)

E eu curti ver mais do Wrath, nosso rei, de novo! Tinha me esquecido de como ele era super legal. Aquela personalidade única unida com aquele tom de voz que não permite contestação... Ai, ai.
Mas a vida dele e da rainha Beth está longe de ser só flores. Mas, apesar de ser um machão com toda a força da palavra, ele se dobra sempre diante de sua shellan. E ao medo de perdê-la, claro.
Tão bonitinho como todos eles deixam de ser feras terríveis e perigosas diante de suas fêmeas.

Que são, na verdade, quem mandam na casa. Normal, vocês sabem.
XD

E, em favor da Editora Universo dos Livros, a tradução está primorosa! Ainda pegando um pouco leve demais para os padrões da Irmandade, que solta tremendos palavrões na versão original, mas melhorando a cada livro. 
Agora lemos o "período de necessidade" e não "cio". E as vampiras comemoram!!! Muito legal deixarem de ser cachorras! haha
O Wrath e sua boca suja está por toda parte, como deve ser. E nada de pênis, mas sim, "membro" e esse é uma vitória particular. \o/ Muuuuuuito bom mesmo.

Tô nem aí se na versão original é pênis mesmo. Eu gostei de ler membro.
Mais misterioso e erótico.

Pronto falei.

Eu gostei um tantão. No final o livro engrena e tudo termina no estilo da Irmandade. O diálogo final entre reis também é divertido. Eu gostei de como as coisas funcionaram.

Apesar de ser batido o lance do sequestro, já que, Zsadist já protagonizou o episódio com maestria insuperável. Ele é demais!

John, você é um pé no saco! Eu te detesto profundamente. Supera cara! Que saco. ¬¬

Vou dar 5 estrelas. Por que eu quero e pronto.



___________Citação

“Acredite-me, se pudesse ter uma ereção, a cama seria o primeiro lugar que te levaria” (Amante Vingado - J.R.Ward)
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terça-feira, janeiro 31, 2012

A Esperança - Suzanne Collins


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"Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais de lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. 
A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo. 
O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Será que as vidas de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra? 
Acompanhe Katniss até o fim do thriller, numa jornada ao lado mais obscuro da alma humana, em uma luta contra a opressão e a favor da esperança."
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Minha nossa. Jogos Vorazes.

Eu acho que essa série pode ser definida como a série da sua vida. De uma maneira ou de outra, ela vai te marcar com tanta força, que você se torna alguém diferente quando termina de lê-la.

No meu caso, especificamente, eu terminei de ler a edição brasileira ainda em 2011. Depois desse livro eu li mais alguns e tal, mas não consegui escrever nada sobre nenhum dos outros depois desse.
O caso é que a trilogia que a Suzanne criou, tão magnificamente bem, te consome. No final, você sobrevive, mas é isso. É só isso. Não há mais nada. Há vazio. Há dor. Apenas isso.
Você está igual a Katniss, a garota em chamas.
Você acorda, come, dorme e segue toda aquela sua rotina normal. Mas é apenas isso. Você continua por que tem que continuar, por que não há outra opção.

Mas o sentimento de desastre, de perda e de felicidade e tristeza ao mesmo tempo permanece.

Muitas pessoas reclamam que tanto Em Chamas, quanto A Esperança tem ritmo mais lento, que a história tem seus altos e baixos e que especialmente em A Esperança as coisas tendem a ser tediosas até.
Essas pessoas são seres abissais que foram criadas pelo pedobear que não foram absorvidos pela história como todo o resto da humanidade foi. Biltres.

O ritmo dos livros é diferente? Sim. Mas isso não pode ser considerado tedioso, uma vez que é tudo necessário para que o crescimento dos personagens aconteça.
São momentos diferentes, mas a tensão que te acompanha, desde o momento em que Katniss se oferece como tributo, ainda em Jogos Vorazes, alcança níveis alarmantes em Em Chamas e em A Esperança.

A todo o momento você sabe que não pode esperar nada de bom. Você sabe que tudo vai dar errado, a questão é apenas quando e como. Suzanne deixou isso claro lá atrás, ainda em Jogos Vorazes. Esse não é um livro para as coisas darem certo.
Você lê com uma sensação ruim no estômago.
Falando claramente, você não espera um final feliz. Por que sabe que isso não é possível e não faz sentido. Se você espera um, mesmo depois dos dois outros volumes, você é estúpido. E pronto.

Ou distraído, vai saber Deus.

E, santo Deus, como a Katniss suporta tudo aquilo, eu nem imagino.
Eu já a tinha aceitado como uma sobrevivente, mas isso tudo foi, na falta de uma palavra melhor, inacreditável.
Sei que existem pessoas que sobrevivem a desastres repetidamente. Essas pessoas, que escolhem sobreviver independente do que viveram e viram, são muito mais fortes do que eu.
Eu sei que eu não conseguiria.

Acho, e isso é a minha opinião, que apesar de ter sido seguidamente injusta, cabeça dura, cega e completamente insuportável uma porrada de vezes, Katniss é a personagem mais incrível com que eu já tive a oportunidade de compartilhar meu tempo.

Por mais que tentassem, por mais que parecesse o contrário, até o fim, Katniss não pode ser controlada.

E eu vi tanta beleza nisso!
*-*
Mas ela é uma filha da puta, sim.

O maior mérito de um livro é fazer com que seus leitores visualizem, sintam e se percam na história com tanto fervor que até mesmo as atividades diárias sejam negligenciadas em favor de sua conclusão. Quando você abre aquele volume, seu coração vibra exatamente na mesma sintonia da história e quando você fecha aquelas páginas sem concluí-lo você se sente inquieta e a única coisa em que você consegue pensar é naquele livro e no que diabos está acontecendo nas páginas que você ainda não leu. 

Como eu já disse nas resenhas de seus volumes anteriores, a série Jogos Vorazes não é satisfatória. Ela é tão realista que assusta, consome, machuca.

Mas mesmo assim você é arrebatado.

Acho que a única coisa ruim em A Esperança é a Katniss e sua indecisão de se tornar O Tordo. Já tinha reclamado disso antes e falarei de novo: A Katniss quando está dividida, quando ela ainda não se decidiu quanto ao que fazer, tende a ser cruel e insuportável.

É uma série dificil de ler, sem dúvida. E, percebo agora, que ao final dela eu entrei em uma inevitável depressão fim de livro. Acontece.
A última vez comigo foi em 2007, com o final de Harry Potter. E levemente com Percy Jackson.

A comparação entre as séries aqui é diferente de qualquer outra comparação que eu já tenha feito antes. Sabendo que Harry Potter foi a série da minha vida, eu coloco Jogos Vorazes no mesmo patamar.
Os dois finais foram insatisfatórios para mim. Por razões diferentes, mas isso já era o esperado para Jogos Vorazes.

E não confunda as coisas, Batman.

O final é insatisfatório mas perfeito. Não poderia haver um final feliz, colorido e perfeito para Katniss e todos os outros. De maneira nenhuma. Mas foi perfeito, como foi.
Não posso falar muito sem destrinchar toda a história e dar spoilers terríveis. Evitei inclusive falar do Peeta, aquele garoto incrível e maravilhoso. Por que não há como falar sobre ele sem falar tudo.

E, curiosamente, pela primeira vez li umas resenhas antes de escrever a minha própria e percebi que as pessoas que escrevem sobre A Esperança não conseguem falar sobre a história em si, mas falam sobre o que sentiram quando a leram.

E isso, mais do que qualquer outra coisa, torna a série tão extraordinária. Ela te faz SENTIR.

Seja por que você ficou horrizado e não aceita uma realidade onde crianças tem que matar umas as outras por entretenimento, ou por que o garoto do pão te conquistou com palavras e atitudes ou ainda pela coragem e natureza incontrolável da garota em chamas, você sentiu tudo. Cada vez que sangue gotejava, que tudo o que se podia ouvir era o suspiro agonizante de algum tributo, ou quando algo terrível poderia acontecer primeiro na arena, depois nos campos da guerra, quando tudo era manipulado por mentes cruelmente criativas, você sofria tudo.

Cada perda, indignação, covardia e crueldade que a Katniss sofria, é ao mesmo tempo com você.
Eu inclusive chorava, quando a própria Katniss não o fazia. Ou por que não podia ou por que não conseguia. Eu o fazia por ela.

Foi uma viagem e tanto, essa ao mundo de Panem. Sou mais do que grata por cada parágrafo e essa série é de longe uma de minhas favoritas.

Doeu? Sim. Muito.

Mas poucos livros valem tanto a pena. E talvez nenhum outro possa me apresentar uma história que me consuma tanto.



_________Citação

[...]Quando ele sussurra, "Você me ama. Real ou não real?" Digo-lhe, "Real".
(Katniss - A Esperança )